Você já parou para pensar de onde vem o plástico que usamos todos os dias? A resposta começa nas profundezas da Terra, com o petróleo. Imagine o petróleo como um grande quebra-cabeça, onde a nafta é uma das peças mais importantes. A nafta, uma fração do petróleo, é a base para a produção de muitos plásticos que conhecemos. Pense na nafta como a farinha usada para fazer pães, é o ingrediente fundamental.
Hoje cerca de 4% do total de petróleo utilizado é direcionado para a produção de plásticos.
O uso de petróleo na produção de plásticos é um dos principais temas de debate no setor de sustentabilidade, uma vez que a maior parte dos plásticos convencionais é derivada de fontes fósseis, como petróleo e gás natural. O petróleo é a principal matéria-prima para a produção de monômeros, como o etileno e o propileno, que são os blocos básicos de muitos tipos de plásticos, incluindo polietileno (PE), polipropileno (PP) e poliestireno (PS).
A nafta é processada em pequenas moléculas chamadas monômeros. Esses monômeros são como peças de LEGO: sozinhas, não têm muita utilidade, mas, quando conectadas umas às outras, formam longas cadeias chamadas polímeros. Imagine que você está formando um colar de LEGO, peça por peça. Essas cadeias de polímeros são os blocos de construção do plástico.
Dependendo de como essas “peças de LEGO” são organizadas e conectadas, obtemos plásticos com propriedades diferentes.
Monômeros:
Polímero:
Como o plástico surgiu?
A história do plástico é fascinante. Ela começa em 1869, quando o celuloide, um polímero natural, foi descoberto como um substituto para o marfim, especialmente usado em bolas de bilhar. Essa descoberta abriu as portas para o que viria a ser um dos materiais mais revolucionários da nossa era. Mas foi em 1907, com a invenção da baquelite por Leo Baekeland, que o primeiro plástico totalmente sintético foi criado. A baquelite era resistente ao calor e servia como um isolante elétrico, sendo amplamente utilizada em utensílios domésticos e na indústria, especialmente durante a Revolução Industrial.
Nas décadas seguintes, novos tipos de plásticos foram desenvolvidos, como o polietileno e o polipropileno nos anos 1930 e 1940, que podiam ser moldados repetidamente com calor. Esses materiais impulsionaram o uso do plástico em diversas indústrias, desde a criação de utensílios domésticos até o uso na Segunda Guerra Mundial, onde os plásticos eram essenciais em paraquedas, cabos e equipamentos militares. Após a guerra, com a expansão da economia, o consumo de plástico disparou.
No entanto, a partir da década de 1970, começaram a surgir preocupações ambientais com relação ao descarte inadequado dos plásticos, neste período foram desenvolvidos os primeiros processos de reciclagem de plásticos. Embora o plástico tenha revolucionado o mundo moderno, seu impacto ambiental também trouxe desafios que ainda enfrentamos hoje, em especial com relação a conscientização de uso e descarte corretos.
Como é o mercado de plástico hoje?
Atualmente, a produção global de plástico é gigantesca e continua crescendo. Em 2022, o mundo produziu mais de 390 milhões de toneladas de plástico. Para colocar esse número em perspectiva, isso equivale a cerca de 50 quilos de plástico para cada pessoa no planeta. Os plásticos representam aproximadamente 4% do consumo mundial de petróleo e gás natural, tanto como matéria-prima quanto como fonte de energia para a produção.
O mercado global de plásticos é dominado por alguns polímeros-chave, como o polietileno, polipropileno, PVC, poliestireno e PET. Esses plásticos são amplamente utilizados em setores como embalagens, construção civil, automotivo, e na indústria de eletrônicos. O mercado de plásticos reciclados também está crescendo, impulsionado por regulamentações ambientais mais rígidas e pela demanda por soluções mais sustentáveis.
Um fator importante no mercado atual é a crescente conscientização sobre o impacto ambiental do plástico. Embora a produção continue a aumentar, também há uma demanda crescente por materiais recicláveis e biodegradáveis, como os bioplásticos, e pela implementação de soluções baseadas em economia circular, que visam reduzir o descarte de resíduos e aumentar a reutilização de materiais.
Fonte: PlasticsEurope. (2017). Plastics – the Facts 2017: An analysis of European plastics production, demand and waste data. Brussels: PlasticsEurope.
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